segunda-feira, 19 de junho de 2017

Consumo, consumismo, consciência


Tenho levado minha experiencia de não comprar para as pessoas e meu novo jeito de enxergar as roupas. Venho aumentando a consciência e diminuindo o consumo, criando fórmula e extinguindo o consumismo. Venho fechando portas e gavetas e abrindo mentes. 

Ao falar sobre consumo, consumismo e consumo consciente me dei conta que a conscientização é uma grossa camada em nosso coração que impede o cérebro de ser racional no momento de grande prazer. O prazer imediato de uma compra inibe a mente do pensar, raciocinar, da visão de longo prazo, do porquê, do como e do para quê.

Esta camada, se não fortalecida ou até mesmo endurecida, convence nosso cérebro, sabota nossa mente nos fornecendo óbvios porquês, ignorados como e indissolúveis para quê. 

Uma dura camada em nosso coração pesa em nosso sentimento, entristece nossa alma e cala nossa voz. Uma  camada que vela e impede a transparência da nossa lucidez. 

Esta densa camada nos transforma em adquirentes. Consumidores do tempo alheio, pagadores do suor impertinente, apropriadores de vidas indevidas.

Não existem roupas baratas. O que há são trabalhadores mal remunerados. O que existe é a servidão por dívida. Se alegramos nossos corações com os baixos preços, sangramos vidas escravizadas pela moda rápida e fútil. Pergunto-me: como ter prazer neste consumo?

Conscientizar-se é endurecer nosso prazer pelo consumismo e abrandar o sofrimento de quem faz o que consumimos. Conscientizar-se é consumir apenas o necessário..."o extraordinário é demais!"

O consumismo passa distante da sua necessidade, se aloja no seu desejo e se disfarça na sua imagem.

O consumo consciente nos torna mais que consumidores, nos torna senhores do destino (daquilo que compramos): pesquisamos de onde vem uma peça e averiguamos para onde vai ao desapega-la. O destino de uma peça, seja da sua origem ao seu descarte está em nossas mãos (e carteira). 

O consumismo consome nosso planeta, cega nossa alma, endurece nosso coração.
O consumo nos torna leal à nossa conveniência.
A consciência nos torna humanos.

Abra a gaveta, vista-se mais, consuma menos!
Mara Débora

Um comentário:

  1. Oi Mara Débora! Há tempos encontrei o seu blog e salvei-o na minha barra de favoritos. Gosto muito dos seus textos, principalmente porque tenho 34 anos e estou tentando sair, forçadamente, do meu mundo consumista. Ser consumista, realmente, não é bom. Na realidade é uma felicidade tão passageira que dói demais quando o arrependimento chega. E esse último texto me tocou fundo. Bju!!

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Obrigada pelo seu comentário no AEnG. Ele será lido e respondido em breve. Mara Débora