segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Moda Abolicionista - O que conquistamos?


A moda abolicionista nos faz refletir também sobre o que conquistamos no momento em que nos libertamos. Não é só o fato de deixar de usar ou adquirir algo. Conquistamos o direito de escolha. E estes novos critérios são os mais variados: por ser mais natural, ecológico, sustentável, sem crueldade animal...

Entretanto o primeiro passo é estar predisposto a esta mudança. O que eu mais eu ouço é: não consigo viver sem isso, não me imagino sem aquilo, como vou sobreviver sem isto? Minha resposta é simples: no momento em que você se liberta de algo, solta as amarras dos padrões, um universo se abre.

Imagine um universo se abrindo na sua frente! Novas possibilidades, descobertas. Novos sabores, novas texturas. Novas formas, novas fórmulas. Um mundo encoberto com a sua teimosia em dizer que não consegue viver sem isto, isso ou aquilo. Abra os olhos, abra os sentidos. Sua escolha pode parece solitária, mas acredite, a caminhada é cheia de novos amigos. Tem muita gente seguindo o mesmo caminho. E com muita vontade de compartilhar experiências. Mas, como se manter na trajetória? Afinal, são muitas as armadilhas. Nem todo mundo está no mesmo passo.

O tempo todo reforço para mim mesma que sou mais forte do aquilo que me prende. Como pode um hábito me subjugar? Eu não me rendo. Assim foi quando deixei de ingerir leite e seus derivados. Pensei: como ficarei sem café com leite? Sem meu queijo? Sem meu pão de queijo? (note que quem escreve é mineira). Passar por uma privação é aterrorizante. E, como em toda situação de stress ou quando se coloca diante de um problema, este, adquire o tamanho que você decide dar para ele. 

Sempre encaro meus problemas como possibilidade de novas soluções. Não tomar leite me fez criar, inventar, buscar várias alternativas. Além disto resultou em um encontro, uma descoberta sobre mim mesma. Descobri que sobrevivo sem leite no café, não é demais? E se eu posso você também pode, isto e muito mais. Não morremos quando deixamos de fazer algo (única exceção é respirar, não tente isto agora, rs). Ao deixar de comer laticínio fui apresentada a várias outras alternativas: no café da manhã uso de creme de tofú, abacate com sal no pão, tahine puro, tahine com mel, geleia de frutas da estação. Nos pratos salgados uso o creme de tofú como creme de leite. Para o molho bechamel, o leite de aveia. Para o pão de queijo, adivinha: tofú. 

Quando imaginaria uma lasanha ou uma pizza sem muçarela? Não só imagino como devoro. O queijo rouba o sabor de todos os outros alimentos. Para os pratos doces fui apresentada à tantos novos personagens: aquafaba, biomassa, inhame. E mergulho de cabeça nos leites de vegetais.

Tantas possibilidades! Hoje meu questionamento é porque fiquei tanto tempo presa a um alimento que me fazia tão mal? Por que usar um alimento que não foi feito para nosso corpo e extraído de uma forma tão dolorosa? Sinto-me liberta e ponho em liberdade o animal que  forçosamente nos fornece SEU alimento.  

O mesmo ocorre com a carne. Quantas vezes ouvi ser impossível parar de comer carne, parar de sentir aquele gostinho da gordura. Quando me perguntam o que eu como, minha resposta é: - tirando o que é animal, todo o resto. E acredite, é um mundo de alimentos que temos para comer além do boi, peixe, frango e porco. Hoje meu prato é muito mais variado do que quando comia carne. Muito mais colorido, mais saboroso, mais nutritivo e criativo. Estou sempre inventando receitas, buscando novidades. Mas mais do que receitas, aprendemos sobre as propriedades dos alimentos. E, além das informações, criamos uma rede de amigos, de pessoas interessadas em fazer uso dos alimentos como remédio e não como veneno para nosso corpo. Nos libertamos do sódio, dos nitritos, dos nitratos e dos conservantes e conquistamos mais saúde!

Com a moda abolicionista conquistamos a liberdade de escolha. Conquistamos um universo de possibilidades. Colhemos frutos de nossa própria necessidade.

E você? Do que se libertou e o que conquistou?

Texto sobre Moda Abolicionista de Mara Débora

Abras as gavetas e compartilhe! 

Foto: internet

Um comentário:

  1. Quando a gente diz sempre ou quando diz nunca, achamaos que é liberdade de escolha, mas na verdade só estamos nos fechando pra outras possibilidades... Muito boa reflexão e exemplo!

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Obrigada pelo seu comentário no AEnG. Ele será lido e respondido em breve. Mara Débora